O Inglês Americanizado: novos cenários para o inglês
Com a Louisiana Purchase , as portas da expansão ficaram escancaradas e mais uma vez o inglês ia ser colocado à prova. Os novos domínios se prolongavam desde a região da Louisiana de hoje, no Golfo do México, até a atual fronteira com o Canadá e eram tão vastos que deram origem a dez estados e contribuíram para o aumento de outros quatro. Os efeitos sobre a língua inglesa não tardaram. Os indícios do que estava por vir fizeram-se sentir imediatamente quando o presidente Jefferson designou uma comissão, sob o comando de Meriwhether Lewis , para explorar os novos territórios.
A escolha de Lewis como chefe da comitiva é considerada por alguns historiadores como esquisita. O comandante, embora tendo alguma experiência militar, não tinha qualquer conhecimento das regiões da fronteira, sua escolaridade era limitada, não era cartógrafo, biólogo ou algo parecido, nem falava qualquer idioma indígena. Enfim, não parecia ser das pessoas mais qualificadas para a missão. Talvez por isso, ele convocou seu amigo William Clark , um sujeito com vivência de fronteira, esperto e corajoso, mas com menos escolaridade ainda do que Lewis. Esse aspecto torna-se importante porque se reflete no tipo de inglês usado por Lewis e Clark nos seus diários e relatórios, e nos nomes e expressões cunhados por eles para descrever animais, plantas e características do território. Ao todo, foram mais de mil novas palavras e termos, entre eles os nomes de 178 plantas e 122 animais até então desconhecidos. Nenhum outro explorador ou cientista na história americana deu tantos nomes a objetos naturais quanto os líderes da Lewis and Clark Expedition.
Thomas Jefferson achava que levaria mais de um milênio para colonizar e povoar a imensidão do oeste, mas, claro, ele não podia prever as ondas de imigração europeia do século XIX, nem o desassossego que caracterizava o americano da época – raramente o pioneiro ficava num lugar por muito tempo. Ele chegava a um local e logo estabelecia um povoado, com a esperança de ter feito a melhor escolha para começar de novo. Quando as coisas não davam certo, ele simplesmente abandonava tudo sem hesitar e continuava sua procura. Por todo o oeste, cidades, vilas e lugarejos apareciam, cresciam e sumiam com uma rapidez espantosa. Para cada Chicago e Milwaukee que vingava, milhares de outras “faleciam”. O estado de Iowa, por exemplo, no seu primeiro século de existência, teve 2.205 comunidades que viraram ghost towns (cidades-fantasma) [Daniel Boorstin em The Americans: The National Experience, 1974, pp. 91-93).
Muitas vezes a palavra city (cidade) era usada no próprio nome, talvez refletindo as esperanças dos colonos. À primeira vista, parece pretensioso chamar de city um lugarejo com uma população de apenas 200 ou 300 habitantes. Afinal, city era um termo normalmente aplicado a comunidades de maior peso, tanto em população como em atividades econômicas, políticas e culturais. Mas na América do século XIX qualquer pedacinho de chão podia mesmo virar uma cidade quase que da noite para o dia. Por isso, a esperança não realizada ainda hoje sobrevive no nome de lugares como Rock City, Illinois (população 286), Barnes City, Iowa (população 266), Republican City, Nebraska (população 231).
À medida que os colonos ultrapassavam as margens do Mississipi, iam enfrentando mudanças radicais no clima e na paisagem. Aos poucos as florestas iam ficando para trás, cedendo lugar às vastas prairies (pradarias) que mais tarde se tornariam as great plains (as grandes planícies), conforme descritas nos diários e relatórios de Lewis e Clark.
O texto acima faz parte do livro Once Upon a Time um Inglês… A história, os truques e os tiques do idioma mais falado do planeta
escrito por John D. Godinho
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